Entenda o que é BIM, como funciona e porque ele representa o futuro da construção civil.
Porque o BIM é um avanço para a construção civil
A sigla “BIM” vem do inglês “Building Information Modeling”, que em português quer dizer “Modelagem de informação da Construção”. Apresentada ao mundo em 2008 em um evento realizado em Los Angeles (EUA), a proposta dos novos softwares com tecnologia BIM consiste em não apenas elaborar projetos pensando em representações gráficas, mas sim compilar virtualmente todas as informações para construção de uma edificação, e como resultado disso obter além das representações gráficas, simulações de aspectos de sustentabilidade, orçamento, planejamento e até mesmo acompanhamento de obra.
Antes da tecnologia BIM, os softwares existentes possibilitavam trabalhar em duas ou três dimensões – o 2D, que trata da representação técnica de projetos (plantas baixas, cortes, fachadas...) e o 3D, que é uma representação volumétrica. Por sua vez, os softwares com sistema BIM oferecem muito mais recursos, sendo considerados “multidimensionais”.
Com a tecnologia BIM, simultaneamente ao desenvolvimento do modelo (arquitetura, instalações e congêneres) ocorre o processamento de informações atreladas a cada uma das escolhas de design. Por exemplo: ao elaborar um projeto arquitetônico, ao mesmo tempo que o profissional representa as paredes, ambientes, esquadrias e demais aspectos da edificação, ele define de que material essas paredes serão constituídas, que tipo de esquadria é a adotada, e quaisquer outras informações pertinentes à definição de itens de projeto.
A partir da convergência de todas essas informações que nascem junto com o design, surgem as sete dimensões dos projetos BIM:
• 2D – Representações Gráficas;
• 3D – Visualização;
• 4D – Compatibilização e Planejamento;
• 5D – Estimativas;
• 6D – Sustentabilidade;
• 7D – Acompanhamento;
Como já dito, 2D e 3D tratam-se respectivamente da representação técnica e volumétrica de um projeto. São abordadas a seguir as outras dimensões que o BIM proporciona.
Quarta dimensão – compatibilização e planejamento
Vamos utilizar um exemplo prático: O primeiro passo para a elaboração de projetos é o projeto arquitetônico. Após concluído, são elaborados os projetos de engenharia – estrutura, instalações elétricas e hidrossanitárias, dentre outros.
Utilizando um software BIM é possível que os profissionais envolvidos em cada disciplina acessem o modelo do projeto de forma simultânea. As informações por eles inseridas são mostradas em tempo real, ou em intervalos de tempo, para que o projeto seja estabelecido considerando arquitetura, estrutura e instalações de modo integrado.
O que isso representa? Compatibilização em tempo real! O projeto é elaborado de forma compatibilizada, o que gera uma redução no tempo de desenvolvimento projetual e minimiza consideravelmente imprevistos na execução da obra.
Quinta dimensão - Estimativas
O sistema BIM possui um banco de dados editáveis que vai desde os materiais e componentes de determinado item de projeto, até o tempo que leva para ele ser construído, custo, informações sobre o transporte do produto, e outros. Sempre que um profissional insere um destes itens na plataforma de projeto (através de arquétipos de feição gráfica) ele atrela a eles tais quantitativos e especificações.
Ao final, é possível gerar planilhas e relatórios referentes aos dados que forem mais pertinentes. Falando de forma simplificada, para elaborar um orçamento para execução de obra, basta capturar as informações de preços inseridas no processo de elaboração de projeto em uma planilha automática.
Sexta dimensão – Sustentabilidade
Utilizando o modelo tridimensional da edificação elaborada em BIM, é possível realizar estudos bioclimáticos que permitem um panorama mais aprofundado das condições da edificação. Isso representa um melhor embasamento para fomentar práticas sustentáveis, como reaproveitamento de água pluvial, geração de energia solar, condicionamento passivo, e outros.
Sétima dimensão – Acompanhamento
Os softwares BIM podem atuar ainda como uma plataforma de controle e acompanhamento de obra. Como as informações de projeto são editáveis, é possível atualizar o modelo de projeto sempre que necessário, e inserir novas informações relativas a execução, criando uma linha do tempo no modelo, gerando cronogramas e dando suporte a decisões de obra.
Vale lembrar que o sistema depende da interoperabilidade, ou seja, as informações contidas no modelo devem ser sempre comutadas entre os profissionais participantes do projeto. Quanto mais informações forem inseridas, mais completo e fiel à realidade será o projeto, e mais eficiente será sua execução.
Implantando o BIM
A implantação do BIM no Brasil é atualmente foco de muitos debates, haja visto que retratará uma mudança completa no modo de projetar, e exigirá investimento considerável para compra de novos softwares e equipamentos. Segundo especialistas a mudança é inevitável e as empresas de projeto precisam planejá-la o quanto antes para se fortalecerem no mercado.
Se isso não ocorrer, será questão de tempo para que as empresas brasileiras percam espaço para profissionais estrangeiros.
Fontes:
A EVOLUÇÃO do BIM no Brasil. 2013. Disponível em:
<http://www.businessreviewbrasil.com.br/tecnologia/1320/A-evoluccedilatildeo-do-BIM-no-Brasil>.
Acesso em: 09 set. 2016.
CARDOSO, Andreia et
al. BIM: O que é? 2012/13. Mestrado Integrado - Universidade do Porto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário