quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O QUE É AS BUILT?

Entenda o que é um Projeto As Built, como se classifica, e qual a importância de sua elaboração.


Caracterização do termo
A expressão "as built" vem do inglês e traduz-se em "como construído". Os projetos As Built consistem no levantamento de todas as dimensões e características pertinentes de uma edificação e/ou de suas instalações, posteriormente transformadas em representações técnicas (plantas, cortes, fachadas, e outros). Conforme as mais diversas áreas de Engenharia, o As Built pode ser classificado em diversos tipos, como segue abaixo.


As Built Arquitetônico
Levantamento de uma edificação abarcando áreas internas e fachadas. Neste tipo de As Built, além da representação das áreas dos ambientes considerando medidas e geometria, são verificados dimensões e aspectos relativos aos materiais que compõem a construção – estrutura, alvenarias, vedações, esquadrias, revestimentos de piso, parede e forros, elementos de cobertura e telhado.

As Built Elétrico
Trata-se da verificação das instalações elétricas da edificação. Neste tipo de As Built se analisa a distribuição dos circuitos, visando identificá-los de forma correta junto aos quadros de distribuição e se a demanda instalada é compatível com a ofertada. Para isso, apura-se a disposição e organização dos elementos que compõem as instalações elétricas – eletrodutos, eletrocalhas, perfilados, conduletes, cabeamento, dentre outros – e também a localização e quantidade (em número e potência) dos pontos de alimentação.
O As Built Elétrico engloba também informações relativas ao padrão de entrada de energia, medição, e quando for o caso, geração e transmissão.

As Built Hidráulico
Levantamento que objetiva verificar as instalações hidráulicas de uma construção. A infraestrutura hidráulica é divida em diversos conjuntos de instalações – de água fria, água quente, captação pluvial, esgoto, dentre outras. O As Built Hidráulico deve identificar quais elementos (tubos, junções, caixas de passagem, calhas e congêneres) constituem separadamente cada um destes conjuntos, unindo estas informações em projeto para compor o sistema hidráulico por completo.
O projeto ainda discrimina o posicionamento e medidas de cada uma das tubulações, identificação de ramais principais e “percursos” da água fria, quente, águas servidas e outras.

Uma infinidade de As Builts
Os projetos As Built podem ainda ser elaborados para levantamento de Sistemas de Climatização, Sistemas Preventivos de Incêndio, CFTV, Comunicação de voz e dados, e quaisquer outras instalações de uma edificação. É possível também elaborar um projeto As Built completo, que abranja arquitetura e toda a "infra" de instalações.

Por que elaborar um As Built?
Com o passar do tempo, uma edificação passa por diversas intervenções – reformas, ampliações, mudanças na forma de ocupação, e outras - que quase sempre deixam de ser documentadas. Muitas vezes também, durante o processo de execução são feitas alterações que causam divergências entre o projeto e o que foi construído. Assim, o As Built é elaborado para “atualizar” os projetos originais visando suprimir essas diferenças que podem causar conflitos e transtornos futuros para os usuários.
A finalidade de um Projeto As Built é documentar as condições de uma construção. Englobando sua configuração arquitetônica e instalações, manter um registro sempre atualizado da edificação garante maior segurança e praticidade na hora de intervir no espaço construído. 


Referências:
PINHAL. O que é As Built? 2014. Disponível em: <http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2014/03/as-built/>. Acesso em: 12 dez. 2016.
Image: http://mlb-s2-p.mlstatic.com/projetos-arquitetura-estrutura-maquete-3d-instalacoes-494405-MLB25020248993_082016-F.jpg

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

CONDICIONAMENTO PASSIVO - SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA ARQUITETURA

Descubra o que são estratégias e sistemas de condicionamento passivo, em que eles influenciam e quais os benefícios de sua aplicação em edificações.

O que é Condicionamento Passivo
Em arquitetura, o termo “Condicionamento Passivo” refere-se a proporcionar condições agradáveis de temperatura e luz dentro de determinado ambiente explorando apenas recursos naturais, uma prática altamente sustentável. 

Análise de Condicionantes Climáticos e de Entorno
Durante a elaboração do Projeto Arquitetônico é necessário que o Arquiteto realize um estudo dos condicionantes naturais do local. O primeiro dos condicionantes se relaciona ao entorno – a partir da localização objeto estuda-se a orientação solar, incidência de ventos, áreas sombreadas, e outros. O segundo está ligado ao tipo de clima na região – temperaturas, incidência de chuvas, umidade, e congêneres.
O resultado destas análises é importantíssimo para determinar quais as possíveis problemáticas relacionadas ao conforto térmico e lúminico da edificação, norteando assim quais estratégias de condicionamento passivo devem ser adotadas. 

Tipos de Estratégias
Pode-se dizer que as Estratégias de Condicionamento Passivo se dividem em três classes: Ventilação Natural, Isolamento Térmico e Iluminação Natural. Dentro delas existem estratégias distintas que podem ser empregadas em uma edificação, conforme contexto em que se insere.

Ventilação Natural


- Ventilação Cruzada: Em regiões com clima quente, é importantíssimo adotar estratégias que possibilitem a entrada e circulação do vento em ambientes internos, mantendo a temperatura amena e agradável. Utilizando o princípio físico de convecção térmica, para criar a ventilação cruzada planeja-se a entrada do ar nos ambientes através de pelo menos duas janelas e/ou portas posicionadas paralelamente - a abertura de entrada de ar deve ser mais baixa, e a de saída mais próxima ao forro. Essa diferença de alturas e posicionamento das aberturas estimula a passagem do vento. A ventilação cruzada também pode ser obtida através de aberturas zenitais (no forro), que é chamado “efeito chaminé”.




- Quebra Ventos: Em locais onde o vento seja muito forte ou indesejado, é possível adotar medidas que o amenize, mas que mantenha uma ventilação agradável. Uma delas é a “Quebra Ventos”. Trata-se da utilização de vegetação, brises, cobogós ou outros elementos que atuem como barreiras físicas transponíveis, que irão filtrar o vento, o deixando mais suave.





Isolamento Térmico

Detalhe de parede de gesso com
material isolante




- Materiais: A escolha de materiais com bons índices de isolamento térmico é fundamental para garantir que a edificação mantenha a temperatura correta. No inverno por exemplo, materiais com bom isolamento garantirão que o frio do ambiente externo não ''entre''.








- Aquecimento solar passivo: Em locais muito frios, pode-se utilizar a incidência solar para aquecer ambientes, basta aproveitar a orientação solar correta e usar materiais que irradiarão o calor para o lado interno.





- Telhados verdes: Os telhados verdes possuem uma série de benefícios, e dentre eles está o isolamento térmico da laje. É muito comum que os ambientes internos esquentem devido a incidência solar na cobertura, mas com o uso do telhado verde a vegetação absorve o calor e não deixa que ele passe para dentro da edificação.





Iluminação Natural



- Brises e Cobogós: Os Brises e Cobogós são elementos vazados, com diversos formatos e posições (cada uma se conforma melhor à determinada situação). Além da função de suavizar ventos fortes (anteriormente citada), eles também amenizam a incidência de luz solar, sem obstruir a luz indireta, garantindo ambientes internos claros e agradáveis.


- Aberturas Zenitais: Tratam-se de aberturas embutidas na cobertura, como claraboias, lambris, e outros. Bem posicionadas, estas aberturas permitem a entrada de grande quantidade de luz natural.




- Prateleiras de Luz: A estratégia utiliza janelas próximas ao forro. Ao invés de permitir a insolação de forma direta no ambiente, é utilizado um anteparo horizontal que rebate a luz, alcançando mais áreas no interior do ambiente e evitando a insolação.





Porque o Condicionamento Passivo é Sustentável
A utilização de Estratégias de Condicionamento Passivo proporciona não apenas um melhor aproveitamento de recursos naturais para trazer conforto ambiental, suas vantagens vão muito além. 
Enquanto proporcionam temperaturas agradáveis no interior da edificação, contribuem para economia com climatização mecânica (uso de ar condicionado), energia elétrica (uma vez que a iluminação natural pode ser suficiente para iluminar ambientes durante o dia), dentre outras vantagens. Para o proprietário essa economia é representada financeiramente, enquanto para o meio-ambiente significa menor demanda de recursos energéticos e menos poluição.