quarta-feira, 26 de abril de 2017

O QUE É ALVENARIA ESTRUTURAL?

Conheça a Alvenaria Estrutural, como funciona o sistema construtivo e quais suas vantagens e desvantagens.


Uma construção autoportante
O termo “alvenaria estrutural” refere-se a um sistema construtivo onde as paredes exercem o papel não apenas de vedação, mas também de estruturação do edifício, suportando a carga das próprias paredes e demais elementos, como lajes, telhados, mobiliário, e outros.
Introduzida no Brasil na década de 60, atualmente a Alvenaria Estrutural é amplamente utilizada, especialmente para construção de residências e prédios habitacionais de pequeno porte (até 04 pavimentos).

Foto: Divulgação.

Construindo com alvenaria estrutural
O sistema construtivo é basicamente composto por blocos de concreto ou cerâmica, vazados e assentados regularmente com argamassa. Quanto à função estrutural, divide-se 02 tipos:
- Alvenaria Estrutural não Armada: não apresenta pilares e vigas, apenas a união dos blocos gera a estabilidade estrutural necessária.
- Alvenaria Estrutural Armada: Nos pontos críticos, como as quinas e apoios de lajes, é utilizada armadura entre os vazios dos blocos, envolvidas por graute, para garantir a absorção dos esforços e tornar a edificação estável.
É importante destacar que para garantir a estabilidade estrutural do sistema todos os blocos devem ser bem assentados, sem que hajam quebras ou rachaduras. Por isso, o projeto da edificação deve prever utilização dos blocos apresentando medidas compatíveis com suas dimensões, o tornando um módulo básico na concepção espacial. 

Instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias 
Os vazios verticais configurados pela conformação dos blocos não apenas diminuem a necessidade de argamassa para assentamento, mas tem como função fundamental permitir a passagem de tubos, eletrodutos e demais infraestruturas de instalações sem comprometer a própria integridade.

Vantagens e Desvantagens do sistema construtivo
O emprego da alvenaria estrutural na construção civil resultado em uma série de benefícios, como: 
– Fácil execução;
– Técnica executiva simplificada;
– Facilidade de treinamento da mão-de-obra;
– Organização do processo de produção;
– Integração com os sistemas de instalações elétricas e hidrossanitárias;
– Redução nas formas, consumo de aço e concreto;
– Menor geração de resíduos e redução do desperdício de materiais;
– Redução de cerca de 30% do custo total da obra (levando em conta a diminuição do desperdício, menor necessidade de insumos e materiais);
Por outro lado, a alvenaria estrutural tem por conseguinte alguns aspectos negativos, principalmente a restrição indireta de futuras mudanças, intervenções e ampliação da edificação - já que não é possível alterar paredes sem prejuízo da estabilidade do prédio.

Referências:
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=1927


quarta-feira, 19 de abril de 2017

PROJETO HIDROSSANITÁRIO – INSTALAÇÕES SEGURAS E CONSUMO EFICIENTE

O que é um Projeto Hidrossanitário, qual sua importância e suas vantagens para a execução de obras.


Por que elaborar um Projeto Hidrossanitário?
O Projeto Hidrossanitário visa planejar a instalação do conjunto de canalizações, aparelhos, peças e acessórios que formam o sistema hidráulico-sanitário, que propicia desde o suprimento de água limpa até o afastamento de águas servidas ou pluviais. Um projeto bem elaborado garante a funcionalidade no uso destas instalações, evitando problemas como falta de pressão, de vazão ou manifestação de mal cheiro oriundo de ralos e afins.

Foto: Divulgação.
Compreensão do projeto
O Projeto Hidrossanitário completo pode ter várias abrangências, a depender de seu escopo. Sinteticamente, se divide em quatro itens: 
* Instalações de água fria: Destinadas a alimentação dos equipamentos hidráulicos (torneiras, chuveiros, e outros) o projeto apresenta o dimensionamento e especificação de toda a rede de fornecimento dentro da edificação e em seus arredores, elencando ainda os materiais e elementos apropriados.
* Instalações de água quente: Remetidas ao suprimento de água em pontos específicos, vão desde o ponto de aquecimento de água (painéis solares, aquecedores a gás, ou outros) até sua chegada em torneiras e chuveiros. A canalização específica para água quente deve ser planejada visando eficiência do sistema, para que a água chegue na temperatura certa. 
* Instalações de esgoto sanitário: Além de planejar as instalações e encanamentos que irão conduzir águas servidas, devem ser projetadas de modo a impedir o retorno destas águas nas canalizações de alimentação dos aparelhos, e a entrada de gases de esgotos, roedores ou insetos no prédio.
* Instalações de águas pluviais: Planejamento da infraestrutura para captação e redirecionamento da água da chuva – coletores de água, calhas e condutores, tubulações e reservatórios (quando se deseja armazená-la).
Dentro do âmbito de cada projeto são contemplados cálculos e estimativas, como de demanda de água (quente ou fria), dimensionamento de reservatórios e bombas, caixas de esgoto, fossas sanitárias, dentre outros.

Eficácia no consumo e sustentabilidade
Além de garantir que as instalações hidrossanitárias atendam aos critérios normativos e a demanda de água e esgotamento gerada pelos usuários, o projeto hidrossanitário inclui ainda o planejamento de sistemas de reaproveitamento de água. Existem diversos tipos de sistemas de aproveitamento, sendo mais comum o de águas pluviais. Apesar de exigir um investimento inicial relativamente alto, reduz significativamente o consumo de água tratada, dando retorno financeiro à longo prazo, sendo ainda uma prática altamente sustentável.

Vantagens
A elaboração do Projeto Hidrossanitário corrobora em uma série de benefícios para o processo de construção e o uso da edificação executada: 
- Planejamento e execução das instalações dentro das Normas, garantindo a segurança do sistema;
- Possibilidade de dimensionamento personalizado, atendendo melhor as necessidades do cliente e dos usuários;
- Posicionamento correto dos pontos de consumo, em compatibilização com o planejamento arquitetônico;
- Devido ao Projeto incluir lista detalhada de materiais para orçamento, evitam-se sobras e desperdício na obra;
- Redução no tempo de execução das instalações na obra, bem como em seu custo, já que o projeto determina com grande precisão os materiais necessários, e instrui de forma ilustrativa como devem ser feitas as instalações;
- Facilidade em eventuais manutenções possibilitada com o arquivamento do projeto;

Referências:
PADILHA E RIBEIRO. Projeto Hidrossanitário, Soluções em Engenharia, Empreendimentos, obras e serviços. Disponível em: <https://www.padilharibeiro.eng.br/hidrossanitario> Acesso em: 12/04/2017.




quarta-feira, 12 de abril de 2017

SELOS E CERTIFICAÇÕES DE SUSTENTABILIDADE

Confira os principais selos e certificações de sustentabilidade atuantes no Brasil e o quais os critérios para classificar um edifício como sustentável.


Como tudo começou
Devido à escassez de recursos naturais e outros problemas ambientais gerados pelo homem – como a poluição e o aumento da temperatura do planeta – na década de 80 diversos países uniram-se em prol do tracejo de metas para melhorar a relação homem x meio ambiente, o que gerou o “Relatório Brundtland”. Neste, entre outros aspectos, destaca-se a importância do estímulo ao desenvolvimento de novos materiais para a construção, consumo de fontes alternativas de energia, reciclagem, redução na produção de resíduos, e afins. 
A partir destas diretrizes, desenvolveram-se ao longo dos anos diversas tecnologias e técnicas de aplicação de práticas sustentáveis voltadas para diversas áreas, especialmente para a construção civil.

Foto: Divulgação.

Contexto Brasileiro
No Brasil os selos de sustentabilidade vêm se tornando um objetivo eminente quando se quer construir de forma referencial. Com o grande histórico de geração de resíduos e emissão de gases de efeito estufa, a cada dia mais construtores visam mudar essa imagem, investindo em soluções que atendam aos critérios de aprovação para a conquista de selos/certificados de sustentabilidade. 

Principais Selos e Certificações atuantes no Brasil

AQUA (Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento)
Originado no Brasil, foi desenvolvido pela Fundação Vanzolini. Ao todo, estipula 14 critérios aos quais a edificação precisa atender para ser certificada. Estes se dividem entre 04 categorias:
Eco construção: analisa os sistemas e processos da edificação e do canteiro de obras, relação com o entorno e escolha de produtos;
Eco gestão: avalia a gestão de energia, água, resíduos, e manutenções;
Conforto: afere quesitos de conforto visual, térmico, acústico e olfativo;
Saúde: mede a qualidade sanitária dos ambientes;

CASA AZUL – CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Voltado para Edifícios Habitacionais, se divide em três classificações: Bronze, Prata e Ouro. Os principais itens avaliados são:
Qualidade Urbana e práticas sociais;
Projeto e Conforto;
Eficiência Energética e gestão de água;
Conservação de recursos materiais;

PROCEL EDIFICA
Desenvolvido também no Brasil, trata-se de uma “Etiquetagem” que classifica o desempenho energético de uma edificação, visando incentivar construções que explorem ao máximo a iluminação e ventilação naturais em prol de um consumo de energia elétrica mais eficiente. Analisa:
Presença de sistemas energéticos alternativos, como o de aquecimento de água com placas solares, geração de energia solar ou eólica, dentre outros;
Envoltória da edificação;
Tipo de iluminação artificial utilizada e outros equipamentos como elevadores e bombas; 

BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) 
Desenvolvido no Reino Unido em 1990 abrange a certificação de Edifícios Públicos, comerciais e residenciais, além de loteamentos e bairros. Os principais critérios analisados são:
Gestão da Construção;
Consumo de água a energia;
Contaminação, materiais, transporte e gestão de resíduos;
Saúde e bem-estar;
Uso do terreno;
Ecologia e inovação;

LEED (Leadership in Energy and Environmental Design)
Criado em 1993 nos Estados Unidos, o LEED se divide em diversos tipos de certificações voltadas para construções novas ou antigas, projetos escolares, urbanísticos, unidades de saúde e outros. Dispõe que 04 níveis de classificação – certified, silver, gold e Platinum e analisa os seguintes critérios:
Espaço Sustentável;
Eficiência no uso de água, energia, materiais e recursos;
Qualidade Ambiental Interna;
Inovação e Processos;
Créditos de Prioridade Regional;

Porque certificar seu edifício
Apesar de exigir um investimento maior do que uma edificação em que não se almeja determinada certificação, além do “status” que os selos atribuem a um edifício, eles propiciam direta e indiretamente diversos benefícios, como a valorização do produto na venda/locação, redução de impactos urbanos no entorno, melhor qualidade de vida do usuário, redução geral do impacto ambiental na vida útil, e ainda menores custos de manutenção e infraestrutura.

Referências:
BREAM. Disponível em: http://www.breeam.com/ Acesso em 12/04/2017.
CERTIFICAÇÃO AQUA-HQE. Disponível em: http://vanzolini.org.br/aqua/ Acesso em 12/04/2017.
CERTIFICAÇÃO LEED. Disponível em: http://www.gbcbrasil.org.br/sobre-certificado.php. Acesso em 12/04/2017.
SELO CASA AZUL. Disponível em: http://www.caixa.gov.br/sustentabilidade/produtos-servicos/selo-casa-azul/Paginas/default.aspx. Acesso em 12/04/2017.
SELO PROCEL EDIFICAÇÕES. Disponível em: http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View={8E03DCDE-FAE6-470C-90CB-922E4DD0542C}. Acesso em 12/04/2017.