quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CAPTAÇÃO E REUSO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Confira como funciona um sistema de captação e reaproveitamento de águas pluviais, quais suas vantagens e quais os principais cuidados para sua utilização.


Porque utilizar a água da chuva
Há alguns anos, a constatação de que a água potável é um bem esgotável surpreendeu grande parte da população, e por muito tempo foi até mesmo desacreditada. Mas é fato – estima-se que até 2050 a escassez de água já afetará cerca de 2/3 da população mundial. Nas últimas décadas foram desenvolvidas diversas campanhas de conscientização sobre o consumo da água, divulgando medidas que podem amenizar o gasto individual – dentre elas o uso de Sistemas de Captação e Reuso de Água da Chuva.

Como funciona 
Antes de instalar um sistema de reaproveitamento de água pluvial é necessário que a edificação disponha de um sistema de captação desta água – como calhas e condutores – que deverá redirecioná-la para um reservatório de armazenamento.
A chuva que escoa pela cobertura - no telhado, em bacias coletoras (para lajes ou telhado verde) ou outros - é captada pelas calhas e/ou tubulações de captação.  Antes de chegar ao reservatório a água passa por um filtro grosseiro que elimina mecanicamente impurezas – folhas, galhos, e afins – e em seguida por filtros finos, pelo separador e pela unidade de desinfecção, e enfim é armazenada.
A partir do reservatório, a água é distribuída através de uma rede hidráulica exclusiva. Por se tratar de água não potável, seu uso deve ser limitado a torneiras de jardim, vasos sanitários (para descarga) e afins.


O que é preciso para implantar um sistema de reaproveitamento?
Existem diversos tipos de sistemas de captação e reuso de águas pluviais – desde os mais simples e de baixo custo, até sistemas de maior complexidade e magnitude. Em geral, sua implantação exige pelo menos a utilização de calhas e coletores, filtro grosseiro, filtro de areia (retém contaminantes presentes na água), filtro desferrizador (neutraliza o ferro e o manganês), separador de primeiras águas, unidade de desinfecção (emprega na água o cloro, radiação ultravioleta ou outras substâncias para tratamento da água), reservatório e rede de distribuição.
Para realizar a distribuição da água, e necessário que haja uma pressão mínima na rede, que pode ser feita por gravidade (quando o reservatório estiver acima do nível dos pontos de utilização) ou por bombas e motores de pressurização. A rede de distribuição é em geral composta por tubulações, caixas de passagem e encaixes. Dependendo das dimensões da rede de distribuição, podem ser necessárias também caixas de alimentação secundárias.

Reaproveitamento pede projeto
Para obter um Sistema de reaproveitamento de água pluvial eficiente é preciso levar em conta diversos fatores – condicionantes climáticos, valor a ser investido, recursos para manutenção, dentre outros. Para que ele funcione adequadamente é imprescindível considerar o tamanho do telhado (ou bacia coletora) e a quantidade de chuva normalmente precipitada na região, dados básico para dimensionar as calhas e captores, tubulações da rede e o volume do reservatório.
Existem ainda diferentes tipos de equipamentos que podem ser utilizados que se adequam melhor a diferentes necessidades, características da edificação ou da rede a ser criada. Para determinar qual o melhor equipamento para cada caso e dimensionar corretamente o sistema é fundamental a elaboração de um Projeto de Captação e Reaproveitamento Pluvial.


Vantagens e cuidados
Os sistemas de reuso de água de chuva exigem alguns cuidados para seu correto funcionamento, principalmente relacionados à manutenção. É necessário realizar uma limpeza periódica das calhas e coletores, para que seu entupimento não prejudique a captação, bem como trocar e/ou limpar regularmente os filtros. O reservatório deve estar sempre bem vedado e longe da luz solar direta.
Para o usuário, a principal vantagem da implantação de um sistema de reaproveitamento é a redução de até 50% da água consumida pela edificação - e consequentemente do valor da conta de água. Mas seus benefícios vão além - esta prática contribui também para melhor escoamento pluvial nos núcleos urbanos, ajuda no racionamento da água potável em regiões com crises hídricas, e o mais importante – é uma atitude responsável e sustentável, pois a economia de água limpa pode fazer com que ela chegue a quem mais necessita.


Referências:
EQUIPE ECYCLE. Captação de água de chuva: conheça as vantagens e cuidados necessários para o uso da cisterna. 201?. Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/content/article/43-drops-agua/3301-o-que-e-cisterna-tecnologia-projeto-sistema-solucao-alternativa-aproveitamento-reaproveitamento-reuso-captacao-coleta-agua-chuva-pluviais-reservatorio-armazenamento-deposito-caixa-de-agua-casa-condominio-consumo-humano-como-onde-encontrar-comprar.html>. Acesso em: 17 fev. 2017.

ECOCASA. Aproveitamento de água da chuva. 2016. Disponível em: <http://www.ecocasa.com.br/aproveitamento-de-agua-de-chuva>. Acesso em: 17 fev. 2017.

NUNES, Cristiane. Aproveitamento de água da chuva: para uso não potável. 2015. Disponível em: <http://sustentarqui.com.br/dicas/aproveitamento-de-agua-de-chuva-para-uso-nao-potavel/>. Acesso em: 17 fev. 2017.

Images:
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

TETO VERDE – UMA SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL

Conheça mais sobre o teto verde - uma solução ecológica e eficiente com inúmeros benefícios.


O que é
Também chamado de “Laje Jardim”, o Teto Verde pode ser entendido como uma técnica de “acabamento” para a cobertura de uma edificação, que se caracteriza pelo plantio de vegetação de pequeno ou médio porte sobre as construções. 


Execução e condições para aplicação
Para execução do teto verde é necessário que a superfície de aplicação – em geral uma laje de cobertura – tenha resistência estrutural adequada e esteja completamente impermeabilizada. Após, deve ser instalado um sistema de drenagem da cobertura.
Sua instalação pode ser feita de diferentes maneiras e com diversos tipos de componentes, de acordo com o tipo de vegetação e resultado que se pretende obter. Em geral, com a impermeabilização e drenagem da superfície de aplicação prontas, deposita-se uma manta de estanqueidade, seguida de camadas de argila expandida, uma manta permeável (que protege a laje para que as raízes não danifiquem a estrutura) e o substrato (solo altamente fértil para o desenvolvimento da vegetação). 
Com o substrato finalizado, pode-se realizar o plantio de diversos tipos de plantas – pisoteáveis ou não – como gramíneas, ervas, e arbustos. Pode-se até mesmo criar uma pequena horta, com hortaliças e vegetais, dando preferência aos de raízes rasas.

Principais Vantagens
A aplicação de lajes jardim oferece enormes benefícios não apenas para a edificação, como também para o entorno como um todo. Destacam-se:
- Melhoria da qualidade do ar devido a produção de oxigênio das plantas;
- Redução do efeito das “Ilhas de calor” – fenômeno ocorrido principalmente nos grandes centros, onde a incidência solar nas superfícies impermeabilizadas como lajes, asfalto e afins produz um aumento na temperatura local;
- Diminuição do risco de enchentes nos centros urbanos, visto que o teto verde retém a água em primeiro momento, absorvendo parte dela e escoando o restante aos poucos de modo a não sobrecarregar o sistema público de drenagem;
- Regularidade na umidade do ar nos arredores da edificação;
- Melhora o isolamento térmico da edificação – a laje jardim absorve a maior parte do calor externo e impede a insolação direta na laje de cobertura, evitando que os ambientes internos aqueçam;
- Melhora o desempenho de isolamento acústico da construção;
- Possui agradável aspecto visual;
- Possibilita o uso de áreas da edificação que na maioria das vezes são ociosas, criando espaços de lazer e contemplação;
Estes benefícios podem promover aspectos de sustentabilidade para a edificação direta e indiretamente, por exemplo a redução do uso de ar condicionado e consequentemente do consumo energético. Além disso, a solução tem durabilidade duplicada ao se comparar com telhados tradicionais.

Precauções e Manutenção
Antes de implantar uma laje jardim são necessárias algumas verificações e cuidados. Primeiramente é preciso garantir que a estrutura da superfície de aplicação suportará o peso do teto verde e no caso de jardins pisoteáveis, considerar também a carga solicitante de usuários, mobiliário e afins. Se o projeto da edificação não foi feito com pretensão de implantar um teto verde, deve-se contratar um engenheiro especialista em estruturas para avaliar o local.
É preciso também atentar-se à execução, que carece de mão de obra especializada. Um teto verde mal executado pode resultar em problemas como infiltração e vazamentos. 
A manutenção dos sistemas de drenagem e da vegetação, de modo aproximado à de um jardim comum, deve ser regular e bem executada para garantir uma aparência agradável, e que a técnica não traga nenhum tipo de dano.  


Referências
RAFAEL LOSCHIAVO (São Paulo). Ecoeficientes - Escritório de Arquitetura Especializado em Sustentabilidade. O que é e como fazer um Telhado Verde. 2013. Disponível em: <http://www.ecoeficientes.com.br/o-que-e-e-como-fazer-um-telhado-verde/>. Acesso em: 08 fev. 2017.
Image: http://paulaodorcyk.com.br/novo-site/wp-content/uploads/2013/07/telhadoeco.jpg

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

WOOD FRAME - CONSTRUÇÃO RÁPIDA E EFICIENTE

Confira como é construída uma edificação em wood frame, os principais materiais utilizados e as vantagens deste sistema construtivo.


Construindo com perfis e chapas de madeira
O Wood frame é um sistema construtivo estruturado por perfis leves de madeira maciça contraventados por chapas OSB – painéis formados por tiras de madeira unidas de forma perpendicular com resinas de aplicação à alta temperatura e pressão. Este processo garante às chapas grande resistência e rigidez. 
Configurado como um sistema construtivo a seco, a partir da execução da fundação, basta iniciar a “montagem” da estrutura dos perfis – que formará uma espécie de esqueleto onde é fixado o OSB e posteriormente outros elementos de vedação.



Vedações em camadas
A construção de vedações (paredes) no sistema wood frame é feita utilizando diversos elementos, sendo os principais - painéis OSB, placas cimentícias, placas de gesso e materiais isolantes – podendo ter algumas variações. 
Os painéis OSB são o primeiro fechamento da estrutura de madeira, e para preencher o interior da parede são utilizados materiais para isolamento termo-acústico, como lã de vidro, lã de pet ou outros. Também no interior da parede são distribuídos os dutos de instalações elétricas, hidráulicas, e congêneres. 
Após o OSB, a parede ainda recebe uma placa de gesso acartonado na face interna, e uma membrana hidrófuga (para proteção da madeira) e placa cimentícia na face externa. Com todos os elementos instalados, basta aplicar o acabamento de preferência – podendo ser pintura acrílica, revestimentos cerâmicos, papéis de parede, ou outros.



Principais vantagens de se construir em Wood Frame
O sistema construtivo, por si só, oferece diversas vantagens, como:
- Alta resistência mecânica e física;
- Durabilidade;
- Maior conforto térmico e acústico se comparado com a alvenaria tradicional, devido a possibilidade de uso de materiais isolantes;
- Facilidade na manutenção das instalações – precisa trocar uma tomada? Basta retirar o gesso do local de forma simples e concisa, e repô-lo quando tudo estiver pronto;
- Possibilidade de pré-fabricação industrial – todos os elementos da obra podem ser feitos previamente e levados prontos para a obra, onde serão apenas montados;
Aliando o Wood Frame a processos de pré-fabricação são alcançadas outras vantagens, por exemplo:
- Geração de até 85% menos entulho em comparação com a alvenaria tradicional;
- Redução do tempo de execução da obra de até 50% em comparação com a alvenaria;
- Maior controle de qualidade dos materiais e processo de construção;
- Fidelidade orçamentária e diminuição significativa de surpresas desagradáveis durante a obra; 

Dissolvendo o “pré-conceito”
No Brasil, existe ainda um “bloqueio” por boa parte da população em relação a sistemas construtivos diferentes da alvenaria e concreto armado. Apesar disso o wood frame, assim como outros sistemas construtivos a seco já populares em outros países, tem aos poucos ganhado espaço por aqui.
Muitas pessoas acreditam que o wood frame não é resistente, que suas paredes são ocas e frágeis, ou que a construção fica demasiadamente suscetível a danos por umidade e cupins, o que não passa de especulação.  Como já dito, o sistema construtivo possui excelentes índices de segurança, resistência e durabilidade. Toda a madeira utilizada é autoclavada, um tratamento que a protege de quaisquer agentes nocivos. Os materiais utilizados para compor a construção promovem, em conjunto, conforto, solidez, segurança e longevidade para toda a construção. 

Referências:
SILVA, Fernando Benigno da. Wood frame­: construções com perfis e chapas de madeira. 2010. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/161/sistemas-construtivos-286726-1.aspx>. Acesso em: 02 fev. 2017.
ATOS ARQUITETURA (São Paulo). Dicas para quem vai construir sua casa: Construção em Wood Frame. Disponível em: <http://atosarquitetura.com.br/noticias/dicas-para-quem-vai-construir-sua-casa-construcao-em-wood-frame/>. Acesso em: 02 fev. 2017
Images:
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

ARQUITETURA PARA TODOS - ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO

O que é acessibilidade, critérios básicos para uma arquitetura acessível e qual sua importância social.



O que é acessibilidade?
Em arquitetura, a acessibilidade pode ser entendida como o planejamento de edificações visando possibilitar condições de deslocamento e uso de equipamentos, mobiliários e ambientes, de forma segura e autônoma para todos os usuários. 
Para um local ser considerado acessível é preciso que ele atenda a necessidades específicas oriundas de limitações motoras ou de locomoção. Estas limitações são normalmente causadas por situações temporárias ou permanentes - gravidez, deficiência física, deficiência visual, mobilidade reduzida pelo uso de muletas, bengala ou similares, pela obesidade ou outros fatores.
Por exemplo: Uma mãe com carrinho de bebê não poderá se locomover de forma segura e independente se existirem degraus em seu caminho; um cadeirante não conseguirá usar o banheiro se não houverem equipamentos e espaço suficiente para que ele se apoie e assuma posição adequada para utilizar os aparelhos sanitários sozinho. 
Assim, a arquitetura acessível busca solucionar em projeto todos os possíveis conflitos e dificuldades enfrentados por deficientes, idosos, gestantes e obesos, garantindo que estes usuários consigam utilizar o local com a mesma facilidade que os demais. 



Desenho Universal
O “Desenho Universal” trata-se de um conjunto de preceitos que auxiliam na criação de ambientes e equipamentos que propiciem uso universal, ou seja, que tenham livre acesso e sejam passíveis de utilização ou realização de atividades e tarefas cotidianas para todo ser humano. Consequentemente, visa evitar a necessidade de ambientes e produtos exclusivos para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar e acessar os diversos espaços construídos e seus objetos.
Adotado inicialmente pelo EUA e rapidamente disseminado no mundo todo, o Desenho Universal visa buscar maneiras de reduzir as barreiras enfrentadas por pessoas com deficiências ou algum tipo de restrição, não apenas sob uma ótica arquitetônica, mas também na concepção de produtos e na comunicação visual. 

Preceitos básicos para a Arquitetura Universal
Além dos princípios concebidos pelo Desenho Universal, existem critérios pré-estabelecidos para promover a acessibilidade arquitetônica, relacionados ao dimensionamento dos ambientes, locais de passagem e rampas, à sinalização inclusiva, ao uso de pisos táteis e outros aspectos. 
Estes critérios são estabelecidos por norma – mais precisamente a NBR 9050, que fala de acessibilidade para projetos arquitetônicos. Os principais critérios estabelecidos pela norma são:
- Adotar largura mínima para portas de 80cm;
- Tomar como largura mínima para corredores de passagem 90cm;
- Prever áreas de manobra (curva 90º ou meia-volta) para cadeirante, obedecendo tamanho mínimo estabelecido por raios de circunferência de 120cm ou 150cm.
- Obedecer uma inclinação máxima para rampas de até 8%;
- Augurar lugar para “locação” de cadeirante em espaços públicos como teatros e auditórios (colocação junto à plateia);

Arquitetura acessível e inclusiva
A acessibilidade deve ser algo contínuo – de que adianta uma rampa que “leve” da entrada da edificação ao hall, sem que do hall se possa ir para outro local? O objetivo de uma arquitetura acessível é induzir ao uso e apropriação da edificação, facilitando o exercício das atividades ali propostas para qualquer indivíduo - uma arquitetura feita para o uso de todos.
O atendimento à norma de acessibilidade resulta não apenas em uma arquitetura universal, mas também uma arquitetura que promove a inclusão social de indivíduos. Promover espaços acessíveis é respeitar a diversidade humana e assegurar a todos o direito a mobilidade, do acesso a cidade e aos espaços públicos. 


Referências
DEGREAS, Helena. O que é Desenho Universal? 2010. Disponível em: <https://helenadegreas.wordpress.com/2010/02/02/o-que-e-desenho-universal/>. Acesso em: 23 jan. 2017.
CARLETO, Ana Claudia; CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal: Um conceito para todos. Disponível em: <http://www.vereadoramaragabrilli.com.br/files/universal_web.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017.
PIEMONTE, Leonetti. A arquitetura inclusiva é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos. 2016. Disponível em: <http://leonettipiemonte.arq.br/site/?p=1611>. Acesso em: 23 jan. 2017.
 Images:
http://adoroarquitetura.com.br/wp-content/uploads/Adoro-Arquitetura_Lulu-Andrade_Acessibilidade-e1447678662199.jpg
http://projemak.com.br/cms-content/uploads/2016/08/acessibilidade-na-arquitetura.jpg